sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Gestão do Conhecimento é específica de cada empresa?


Prezados

Pode parecer estranho, mas é da maior importância o entendimento de que aquilo que se chama de Gestão do Conhecimento é uma visão bem específica de cada empresa.

A racionalidade de tal fato é fruto de que até mesmo o que é "conhecimento" é uma definição bem específica de cada empresa ou arranjo organizacional.

Recentemente um aluno em início de curso me escreveu "Perdemos recentemente os dois únicos funcionários que conheciam e haviam sido treinados em uma determinada ferramenta (software) e agora, pela falta de uma boa gestão do conhecimento, estamos sem ninguém para trabalhar neste sistema, o que nos obrigará a reiniciar o processo de treinamento e conhecimento da ferramenta por novos funcionários."

Muita gente abraça esta ideia com naturalidade. O conhecimento seria estar treinado em uma tarefa ou ter um conjunto de informações relevante para execução de determinado trabalho.

Tal visão é fortemente influenciada por um uma dificuldade de diferenciar informação e conhecimento. Podemos fazer uma lista das funções necessárias para o andamento do trabalho de uma firma e tentarmos programar redundâncias para na eventualidade de perdermos um funcionário – por qualquer razão que seja – o substituirmos o mais rapidamente possível.

Dependendo do porte da empresa, isto simplesmente não é possível. Em empresas pequenas e até de médio porte, se ganha de dia para comer de noite e não faria sentido ficar treinando gente em paralelo para no dia que um funcionário tiver de sair – hoje em dia uma realidade sempre presente já haver outro funcionário pronto para assumir o seu lugar. Isto seria um luxo impossível de se arcar em determinados negócios.

Para determinado porte de empresas é economicamente mais viável se esperar acontecer a saída de algum funcionário e quando acontecer tentar resolver o problema de forma localizada, absorvendo as consequências daquela saída de funcionário do jeito que for possível.

Para outras empresas, seu porte justifica criar redundâncias para algumas e até mesmo para todas as funções, mas chamar isto de Gestão do Conhecimento é perder a oportunidade de melhor entender o conhecimento organizacional como recurso da empresa que pode e deve ser gerido. É deixar de usar toda pesquisa desenvolvida em um campo de conhecimento que vem crescendo muito nos últimos anos e optar por soluções fáceis, mas que na prática não produzem resultados novos.

Forte abraço

Fernando Goldman


sábado, 22 de janeiro de 2011

O Mundo Mágico de Escher

Prezados

Estou chegando do CCBB onde tive a oportunidade de assistir a exposição dos trabalhos do artista holandês Mauritis Cornelis Escher (1898-1972), produtor de uma obra única e muito importante, baseada principalmente no ilusionismo gráfico.

Além de muitas gravuras e reproduções de peças do artista, segundo a divulgação do evento, há ao todo dez instalações, que convidam o participante a desvendar manobras gráficas. Há também um documentário,na minha opinião muito bom, e uma animação 3D, sobre o trabalho de Escher.

A exposição é ótima e dá uma ideia bem abrangente do riquíssimo trabalho de Escher, desde as ideias mais simples e hoje muito exploradas às mais elaboradas.

A exposição é gratuita e eu a recomendo enfaticamente.


Forte abraço

Fernando Goldman

O Mundo Mágico de Escher
De 18/01 a 27/03 - Ter a Dom
Horário: 9h às 21h
Gratuito

Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)
R. Primeiro de Março - 66
Centro
Fone: 3808-2020



domingo, 16 de janeiro de 2011

O conhecimento como base de uma nova teoria dinâmica da firma


Prezados

Em um artigo seminal de 1996, "Making knowledge the basis of a dynamic theory of the firm", John Christopher Spender* nos alerta para o caráter do conhecimento como um conceito problemático demais, o que dificulta muito a tarefa de construir uma teoria da firma dinâmica e baseada no conhecimento.

Uma característica que muito me atrai nos textos de Spender, em geral, é sua riqueza de informações sobre as bases filosóficas necessárias a se entender o conhecimento como fator de produção.

Este é justamente um ponto que afugenta muita gente, que pretende fazer Gestão do Conhecimento sem entender o conhecimento, ou pelo menos sem precisar pensar muito.

Especialmente naquele seu artigo, Spender mostra a importância de distinguir com clareza esta teoria proposta de duas visões já bastante conhecidas: a Visão Baseada em Recursos (VBR) e a Visão Evolucionária.

Para Spender, durante os últimos anos, os teóricos da estratégia corporativa têm dado maior atenção à idéia da empresa como um corpo de conhecimento, embora muita gente argumente que tudo isto não passa simplesmente de um modismo acadêmico, apenas mais um reflexo da crença popular de que estamos nos movendo para uma nova Era da Informação e argumentem que pode haver pouca necessidade de uma nova teoria, desde que a tomada de decisões sempre foi uma questão de conhecimento.

Para outros é um passo significativo em direção a lidar com os problemas epistemológicos de maneira adequada.

Trata-se de um artigo obrigatório para quem pretende entender o Conhecimento Organizacional. Vale a pena conhecer o artigo de Spender, que está disponível em

http://www.jcspender.com/uploads/Spender-SMJ96SI.pdf

Forte abraço

Fernando Goldman



* SPENDER, J. C. Making knowledge the basis of a dynamic theory of the firm. Strategic Management Journal, vol. 17(edição especial), p. 45–62, 1996.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O conhecimento organizacional como um ativo


Prezados

Alguns leitores me pediram para aprofundar a ideia do conhecimento organizacional como um ativo da empresa.

Um bom ponto de partida é o fato de que recursos são geralmente definidos como ativos específicos de determinada firma, os quais são difíceis, quando não impossíveis de serem imitados. Podem ser citados como exemplos: patentes, reputação de uma marca registrada, o conhecimento de uma equipe formada por profissionais com certo grau de especialização e capacitada por uma larga experiência etc.

Como Teece costuma chamar atenção, tais tipos de ativos são difíceis de transferir entre firmas devido aos custos de transação e devido ao fato de alguns destes ativos serem fortemente baseados em conhecimentos tácitos.

Vê-se assim que os recursos de uma firma são algumas vezes caracterizados como intangíveis e entre estes alguns se caracterizam por serem recursos de conhecimento.

Existe toda uma literatura da chamada Visão Baseada em Recursos, começando pelo trabalho seminal de Edith Penrose (1959) até os mais recentes dentre os quais se destacam os trabalhos de Jay Barney na busca de melhor entender a construção de vantagens competitivas sustentáveis. Porém, hoje o termo recursos parece vir sendo preterido em favor do termo "ativos específicos da firma", em especial por autores alinhados com as ideias de capacitações dinâmicas, como Teece, por exemplo.

Podemos assim falar em ativos de conhecimento para nos referirmos aos recursos baseados em conhecimentos, especialmente os baseados em conhecimentos tácitos, pois estes são os que se mostram de maior dificuldade de transferência ou imitação, garantindo assim posições privilegiadas de assimetria a seus possuidores.

As empresas que se diferenciam e que, por conseguinte, tem maiores chances de alcançar relativa longevidade se caracterizam por serem repositórios de conhecimentos. O termo "repositórios" não deve em hipótese alguma ser entendido no mesmo sentido em que é usado para informações. Podemos falar em depósitos de informações, mas não devemos falar em depósitos de conhecimento. Estes conhecimentos, dos quais a empresa é o repositório não se caracterizam pelas informações registradas da empresa, como muitas vezes se pensa. Estas informações são normas e procedimentos, ou, como diria Argyres, apenas sua teoria proclamada.

Os conhecimentos, entendidos como capacitações para ação eficaz, que diferenciam uma empresa, na verdade, estão embutidos nas suas rotinas e processos de negócios. Tratam-se de rotinas distintivas em uso, que dão embasamento aos ativos específicos da empresa, possibilitando-lhe competências.

As competências de uma empresa são definidas por Winter como grupos integrados de ativos específicos daquela empresa.

A base de conhecimento da empresa inclui, entre outros, suas competências tecnológicas (técnicas e organizacionais), seu conhecimento das necessidades dos clientes e as capacidades dos fornecedores. Essas competências refletem as habilidades e experiências individuais, bem como formas distintivas de fazer as coisas dentro das empresas.

Vários autores vêm chamando atenção que a razão da existência das empresas é a capacidade delas de criar, transferir, montar, integrar e explorar ativos de conhecimento. Os ativos de conhecimento sustentam as competências e as competências, por sua vez sustentam os produtos e serviços oferecidos pela empresa ao mercado. Em outras palavras, sua competitividade.

Finalmente, as vantagens competitivas podem ser atribuídas não apenas à propriedade dos ativos de conhecimento e outros ativos complementares a eles, mas principalmente à capacidade de combinar ativos de conhecimento com outros bens necessários para criar valor.

Forte abraço

Fernando Goldman

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Por que a Gestão do Conhecimento deveria ser considerada uma prioridade?

Prezados

É preocupante que uma resposta encontrada com muita frequência para esta pergunta diga respeito ao fato de que a força de trabalho tradicional esteja envelhecendo e se aproximando da aposentadoria. Segundo os defensores deste tipo de resposta, tal fato torna crítico "o processo de transferência e captura de conhecimento para a operação sustentada dos processos considerados chaves".

De novo, precisamos destacar que a ênfase aqui é na captura e transferência de conhecimento. O conhecimento visto como uma coisa que pode ser capturada e transmitida.

Este tipo de resposta está alinhada com a irritante insistência com que algumas pessoas interpretam a expressão Gestão do Conhecimento da forma que elas imaginam que seria ao pé da letra. Na imaginação de muitos que se propõe a gerir o conhecimento, mas nunca tiveram a oportunidade ou a necessidade de lidar com conhecimento de verdade, o conhecimento pode sempre ser codificado e, uma vez codificado, pode ser tubalizado goela abaixo de qualquer um, menos deles próprios, é claro.

Um erro muito comum é se pensar o conhecimento tácito como um conhecimento que ainda não foi explicitado.

O conhecimento tácito é aquele que não pode ser diretamente explicitado por um único indivíduo, caso contrário não seria tácito, por definição. A conversão do conhecimento tácito em explícito se faz em processos sociais de conversão.

Não importa quanto conhecimento explicitado colocado na forma de conteúdos (informação) você seja capaz de armazenar, isto não garante que o conhecimento vá ser construído, nem sua qualidade.

Pensar em Gestão do Conhecimento como uma forma mais requintada de Educação Corporativa é desperdiçar o enorme potencial para as empresas escondido em usar o conhecimento organizacional como um ativo.



Forte abraço

Fernando Goldman

domingo, 9 de janeiro de 2011

Ambidestria Organizacional

Prezados

Antes de iniciar esta postagem, vale firmar mais uma vez a idéia de que nos textos deste blog é adotada uma terminologia onde as empresas (as firmas) são apenas um dos muitos tipos de arranjos organizacionais (sistemas adaptativos complexos), os quais têm uma determinada organização em um determinado instante.

Tenho também defendido aqui neste blog que as vantagens competitivas, as assimetrias, que uma empresa pode ter a seu favor, são cada vez mais vistas como sendo oriundas de sua organização no instante considerado. Como Barney vem destacando, a partir de 2007, a organização de uma empresa, vista como sua habilidade para lidar com seus recursos valiosos, raros e difíceis de imitar é fator importantíssimo para determinar até que ponto a vantagem competitiva gerada por determinado recurso será sustentável ou não.

Muitos autores usam os termos "criar" e "compartilhar" para expressar os diferentes focos que uma empresa pode ter no conhecimento.

O termo "compartilhar" quando aplicado ao conhecimento pode gerar certo grau de confusão. Compartilhar é facilmente entendido quando aplicado a coisas. Compartilhar coisas é um conceito fácil de entender. Compartilhar informações também. No entanto, se assumimos o conhecimento como uma capacitação (uma capacitação para ação eficaz), o termo "compartilhar" deixa de ser entendido tão facilmente. Afinal, o que significa compartilhar uma capacitação?

Muitos fracassos em Gestão do Conhecimento se devem à dificuldade de entender o que significaria "compartilhar conhecimento". Às vezes se demora bastante tempo até perceber que "compartilhar informações" não significa "compartilhar conhecimento".

As diferentes formas como o conhecimento organizacional é tratado dependem fundamentalmente do tipo de produção de conhecimento focado pela empresa. A literatura sobre o Conhecimento Organizacional vem distinguindo aqueles dois tipos de produção do conhecimento (criação e compartilhamento) de várias maneiras diferentes.

March (1991), por exemplo, fala em exploração (exploration) e aproveitamento (exploitation) do conhecimento. Para ele, a exploração (prospecção) de conhecimento refere-se a atividades que levam a novos conhecimentos, por exemplo, atividades como a experimentação e a descoberta. Já o aproveitamento do conhecimento refere-se a atividades que utilizam ou recombinam o conhecimento existente para criar valor, por exemplo, atividades como a rotinização e novas aplicações para conhecimento já existente.

Outros autores falam em coordenação e integração do conhecimento. Outros de aprendizado adaptativo e generativo e há diversas outras maneiras de expressar a habilidade que as empresas precisam ter para lidar adequada e simultaneamente com as duas formas de renovar seu conhecimento organizacional.

Esta habilidade vem sendo chamada de Ambidestria Organizacional, um constructo que vem ganhando importância na literatura sobre a firma, e deverá ganhar maior destaque em nossas próximas postagens, pois é um importante fator de Gestão do Conhecimento Organizacional, ainda pouco explorado entre nós.

Forte abraço

Fernando Goldman

Revisado em 11.01.2011

sábado, 8 de janeiro de 2011

As 10 postagens mais populares


Prezados

Em 26 de dezembro de 2010 10:38, o Ferdinand, me enviou o seguinte comentário:

Fernando, Bom Dia
Estive fuçando outros blogs, e no do Adriano Lima, acabei achando depois de muito revirar, um post que é um "must". Só que está soterrado por um monte de coisas menos relevantes na proposta dele, e que aparecem primeiro devido à série histórica dos posts.
Mas esta foi a minha percepção, outros leitores podem achar aquele post sem muita relevância.
Sugerí que ele implantasse um "mecanismo" que permitisse aos leitores apenas dar uma nota de relevância. Teríamos assim um mecanismo que iria, não mostrar os mais lidos, pois este já é usado, mas os mais impactantes para a percepção de cada um.
Emerge aí uma sinalização do que é mais relevante dos que ja leram para os novos.
Vamos ver se ele vai gostar da idéia.
Penso que podias presentear teus leitores com um serviço desta natureza. Facilitarias a vida dos leitores e acho que acabarias alavancando teu ótimo blog.

Forte abraço.

Bem, eu acabo de criar na barra lateral do blog a seção "As 10 postagens mais populares". Trata-se de um serviço oferecido pelo Blogspot, que espero possa realmente ser útil ao leitores destas blog. Não sei exatamente como eles avaliam o grau de popularidade das postagens e nem estou certo se não haverá um efeito acumulativo, pois ao visitar as postagens mais populares, elas se tornarão cada vez mais populares, mesmo que quem as visite não goste tanto delas assim.

Na minha opinião o mecanismo mais útil do blog ainda é a ferramenta de busca, que permite imediatamente identificar quais postagens tratam de determinados assuntos.

Talvez não seja exatamente o solicitado pelo Ferdinand, mas vamos ver como se comporta, para avaliarmos se está sendo útil ou não. De qualquer forma, se alguém tiver mais sugestões para aprimorar o blog, estou aberto a ouví-las e fico muito grato.

Forte abraço

Fernando Goldman


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Política de C&T e competitividade tecnológica

Prezados

O leitor mais participativo deste blog, o Ferdinand, me pede que eu seja um pouco mais específico com relação a meus comentários sobre como a política de C&T colhe entre seus frutos a inibição de nossa competitividade tecnológica.

O assunto é espinhoso, mexe com diferentes interesses, mas pode ser fonte de interessantes considerações, embora certamente não se esgote em uma postagem.

Schumpeter, lá em 1911, começou a nos chamar atenção para a importância da inovação como elemento propiciador da competitividade, por sua vez entendida por ele como elemento viabilizador do capitalismo.

Mais tarde, em 1942, ele reforçou esta idéia dizendo que a competição é o...

... processo de mutação industrial (...) que incessantemente revoluciona a estrutura econômica a partir de dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando uma nova. Esse processo de Destruição Criativa é o fato essencial acerca do capitalismo. É nisso que consiste o capitalismo e é aí que têm de viver todas as empresas capitalistas. (SCHUMPETER, 1961 [1942], p. 112-113)

Isto sugere para alguns a ideia de que basta se buscar a inovação de mudança técnica, para que automaticamente se alcance a competitividade. Como quase sempre acontece quando se acredita em sucessos automáticos, percebe-se que no caso brasileiro eleger a inovação de caráter técnico como meio de alcançar a competitividade simplesmente não vem funcionando, nem para para estimular a ciência e tecnologia, nem para aumentar nossa competitividade.

A razão pode, de forma bem simplificada, ser entendida como a falta de outros importantes elos na cadeia que leva a competitividade. Em outras palavras, a inovação técnica não é suficiente ou não se confirma sem que outros importantes elementos sejam levados em consideração.

Para Schumpeter, o conceito de inovação tecnológica, ou "realização de novas combinações" é bem mais amplo do que a simples capacidade de converter um invento técnico em produto econômico. Ele identificava como exemplos:

"(1) A introdução de um novo bem. , (2) A introdução de um novo método de produção. . . (3) A abertura de um novo mercado. . . (4) A abertura de uma nova fonte de abastecimento. , (5) A realização de uma nova organização de qualquer indústria, como a criação de uma posição de monopólio "(Schumpeter, 1934, p.
66).

Vê-se claramente, que os exemplos dados por Schumpeter para inovações vão muito além do território delimitado pelo desenvolvimento científico e pelos conhecimentos de engenharia.

Há aqui a necessidade de se entender que a estrita delimitação da inovação no terreno da mudança técnica está alinhada à ortodoxia econômica que - como Nelson e Winter bem explicaram na sua busca por uma Teoria Evolucionária da Mudança Econômica - não é capaz de prover as respostas necessárias. Para eles, a necessidade de se abandonar a ortodoxia econômica e se migrar para uma abordagem evolucionária da firma é fruto do pensamento neoschumpeteriano.

Nelson e Winter chamam atenção de que se a questão não é suficientemente clara a partir da lista de exemplos de Schumpeter, bastaria citar a distinção feita por ele entre invenção e inovação e sua ênfase no aspecto organizacional das mudanças nos métodos de produção.

Vale a pena notar que hoje, especialmente após os trabalhos de Douglas North (1990), o aspecto institucional também já se apresenta de forma bastante clara, para quem pensa a competitividade de forma séria.

Nelson e Winter entendem que o tratamento dado por Schumpeter à inovação é a base da ênfase deles em considerar um erro se exagerar as distinções relacionadas entre mudanças técnicas e organizacionais, entre as capacitações e os comportamentos, entre fazer e escolher. Estas coisas têm de caminhar juntas.

Forte abraço

Fernando Goldman

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Desiderata

Prezados

Hoje, eu gostaria de compartilhar com vocês a minha versão do Desiderata.

Se vocês acessarem o Google encontrarão uma enorme variedade de informações sobre este poema de Max Ehrmann, dos anos 1920. Inclusive o texto original e algumas histórias interessantes sobre como durante algum tempo se pensou que este poema tivesse sido encontrado num banco de igreja na Inglaterra.

Não faltam traduções do poema e até o Cid Moreira já o gravou. (Disponível em mp3).

No entanto, a tradução que aqui apresento se baseia em uma leitura que fiz na adolescência, em uma revista Seleções. Não tenho mais a revista, a perdi há muito tempo, mas fiquei com o texto na mente durante muitos anos e resolvi colocá-lo no papel. Ou na tela, se preferirem.

Forte abraço

Fernando Goldman

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Folha.com: Brasil fica para trás na corrida por patente, apesar de avanço na economia


Prezados

O Ferdinand me enviou a notícia publicada na Folha, dando conta de que o "Brasil fica para trás na corrida por patente, apesar de avanço na economia". A matéria pode ser lida no link:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/853744-brasil-fica-para-tras-na-corrida-por-patente-apesar-de-avanco-na-economia.shtml



Segue abaixo meu comentário, feito à notícia:

Há uma enorme dificuldade em muitos países para perceber que a criação de conhecimento organizacional é o elemento propiciador (meio a ser cultivado e perseguido) das inovações, patenteáveis ou não. Entre eles o Brasil, onde uma política de C&T equivocada ( basta ver os números da reportagem) interpreta a inovação como um meio, quando na verdade ela deveria ser um fim ( resultado). Tal política de C&T colhe como um de seus frutos a inibição de nossa competitividade tecnológica.

Forte abraço

Fernando Goldman



Revisado 09/01/2011