sábado, 5 de fevereiro de 2011

Entendendo o Conhecimento Organizacional: Aprendizado Organizacional e Conhecimento**


Prezados

Diversos autores, de diferentes vertentes de pensamento e áreas de atuação, têm se dedicado a pesquisar os fatores que possibilitam aos arranjos organizacionais "aprenderem".

Por que tanta ênfase em entender os diferentes aspectos do Aprendizado Organizacional?

Arie De Geus, ex-presidente da Royal Dutch/Shell, em seu livro "A Empresa Viva - Como As Organizações Podem Aprender a Prosperar e Se Perpetuar" (1998)*, aborda as características essenciais necessárias a assegurar às empresas prosperarem ao longo dos séculos. De como obter longevidade organizacional. Aquele livro foi baseado em uma pesquisa feita pela Shell, a qual revelou que um terço das empresas relacionadas entre as "500" pela revista Fortune, até então, haviam desaparecido e que a estimativa de vida média de uma grande empresa não passa de 40 anos.

De Geus faz em seu livro um importante apanhado do pensamento organizacional nas três últimas décadas do século passado, propondo uma profunda distinção entre "empresas vivas", cujo propósito é realizar seu potencial e se perpetuar como comunidades longevas, e simples empresas econômicas, que agem apenas em função do lucro imediato e dos resultados de curto prazo.

Ele relata que em meados da década de 1980, a Shell decidiu analisar mais de perto trinta grandes empresas, com característica de longevidade. O objetivo era descobrir se tinham características comuns que pudessem ser associadas ao seu longo tempo de existência.

A lista incluía a Daimaru, a DuPont, a Hudson's Bay, a Mitsui, a Stora (fundada em 1288), a Sumitomo e a W. R. Grace.

A conclusão a que chegou, relatada no livro, é que as empresas longevas têm quatro características essenciais. Elas são:

• sensíveis ao próprio meio para poder aprender e se adaptar;

• coesas, com forte senso de identidade;

• tolerantes ao pensamento não convencional e à experimentação;

• conservadoras nas finanças.

Forte abraço

Fernando Goldman

* GEUS, Arie de, A Empresa Viva. Rio de Janeiro: CAMPUS, 1998.

** Trecho adaptado para postagem neste blog, publicado originalmente em:

GOLDMAN, Fernando Luiz. Leilões da transmissão de energia elétrica no Brasil de 1999 a 2006: uma avaliação do aprendizado organizacional de segunda ordem. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, 2008.



3 comentários:

Ferdinand disse...

Fernando
Receio pensar que o que está agindo são outras forças que o aprendizado de organizacional. Estes gigantes são comandados por pessoas absolutamente sem escrúpulos. O mote é crescer ou morrer e este é um "atrator" muito forte. O capital está asfixiando as instituições, elas viraram reféns do mesmo. Evidentemente tudo tem que ser feito na maior discrição. Penso que a crise de 2008 foi fabricada pelo sistema financeiro. Tinha gente de dentro do sistema avisando que assim não dava, tomaram alguma providência? Não. Não precisava. Não iam pagar a conta mesmo. A massa é que ainda está pagando, amargando a perda de milhões de empregos.
Forte Abraço
Ferdinand

Ferdinand disse...

Fernando
Ví agora há pouco o mapeamento do livro a empresa viva por Claudio Loes feito em 2006, via google.
Muitíssimo interessante.
A compressão dos conceitos em uma linha apenas acaba amassando /enfeiando o conteúdo.
Mas é o preço que se paga para poder ver o todo alí reunido.
Na chave de "aprendizado" aparece a menção Migração: Capitalismo para Sociedade do Conhecimento. Súbitamente não sei o que é "capitalismo" e não sei o que é "sociedade do conhecimento" e não sei o que são os dois juntos!
Bem, vai passar.
Tenho o que aprender!
Abraço
Ferdinand

Ferdinand disse...

Fernando
Não sei se viste no NYT esta semana, o Madoff afirmando que o mundo das finanças sabia o que ocorria só que "preferiu não saber" no golpe que ele estava aplicando nos investidores.
Tenho um amigo que diz que: O dinheiro é muito esperto, não para na mão de otário.
Abração
Ferdinand