quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Governança Corporativa e Gestão do Conhecimento

Prezado Ferdinad

Governança Corporativa e Gestão do Conhecimento têm as mesmas iniciais, mas suas ligações não param por aí.

Vendo seus últimos comentários, eu fico com a impressão de que você não anda nada satisfeito com os seus atuais gerentes.

Acredito que você conheça a Teoria de Agência. Segue um trecho muito bem escrito, que ajuda a começar a entender um pouco do assunto.

O que é a Teoria de Agência, Problema e Custos de Agência?

Teoria de Agência, também chamada Teoria do Agente Principal, consiste numa das principais teorias de finanças e é considerada a principal abordagem formal para a governança corporativa. Foi formalizada no artigo seminal de Jensen e Meckling (1976). Os autores definem o relacionamento de agência como "um contrato no qual uma ou mais pessoas - o principal - engajam outra pessoa - o agente - para desempenhar alguma tarefa em seu favor, envolvendo a delegação de autoridade para a tomada de decisão pelo agente".
Dessa forma, se ambas as partes agem tendo em vista a maximização de suas utilidades pessoais, a Teoria de Agência afirma que existe uma boa razão para acreditar que o agente não agirá sempre no melhor interesse do principal.

O problema de agência ocorre quando os gestores tomam decisões com o intuito de maximizar sua utilidade pessoal e não a riqueza de todos os acionistas, motivo pelo qual são contratados.

Os custos de agência são custos em que os acionistas incorrem para alinhar os interesses dos tomadores de decisão (gestores) aos seus. De acordo com Jensen e Meckling (1976), são a soma dos: i) custos de criação e estruturação de contratos entre o principal e o agente; ii) gastos de monitoramento das atividades dos gestores pelo principal; iii) gastos promovidos pelo próprio agente para mostrar ao principal que seus atos não lhe serão prejudiciais; iv)
perdas residuais, decorrentes da diminuição da riqueza do principal por divergências entre as decisões do agente e as decisões que iriam maximizar a riqueza do principal.

Definição cedida pelo Professor Alexandre Di Miceli da Silveira (FEA/USP) e publicada no site do Instituto Brasileiro de Governança Coirpotativa, disponível em p://www.ibgc.org.br/PerguntasFrequentes.aspx.

Repare que se a variável na qual se estivesse interessado fosse o conhecimento organizacional, o problema de agência passaria ocorrer quando os gestores tomassem decisões que contribuíssem para diminuição da qualidade do conhecimento organizacional, a curto ou longo prazo, diminuindo assim as capacitações dinâmicas do arranjo organizacional.

A Teoria da Agência do ponto de vista dos ativos do conhecimento é uma linha de pesquisa que ainda engatinha, mas que pode render muito.

Forte abraço

Fernando Goldman

2 comentários:

Ferdinand disse...

Fernando
Não tenho que necessariamente estar satisfeito com gerentes.
Essa turma precisa muito mais de KM do que querem admitir.
Para não forçar muito as sinapses dos mesmos, se internalizassem o Nonaka seria um bom começo.
Obrigado por sinalizar sobre a Teoria da Agencia, que ainda não havia percebido.
Forte abraço
Ferdinand

Ferdinand disse...

Fernando
Voltando ao assunto gerentes, sem generalizar é claro.
- Pensam que são donos da verdade, verdadeira. Ou conheces algum que aceita que nossas verdades são apenas crenças?
- Esquecem que são gerentes por ter encantado outros gerentes, com atitudes no máximo apenas políticas.
- Pensam que o conhecimento pode ser arrancado do empregado, tudo sendo apenas uma questão de tempo e do método de tortura a ser utilizado.
- Pensam que para tirar um projeto qualquer do atoleiro cognitivo, basta aumentar a frequencia de relatórios a serem apresentados. Inclisíve imaginam que voce tira um relatório da cartola, sem nenhum gasto de recursos.
Cada vez mais acho muito feliz a afirmação do cara que disse que: o que mais atrapalha o trabalho é o fator M&M ( managers and meetings).
Não sei se é válido publicar.
Você decide.
Abração
Ferdinand