quinta-feira, 9 de abril de 2009

Uma analogia útil

Prezados

Nos cursos e palestras que eu tenho tido a oportunidade de apresentar e nas reuniões que tenho participado como presidente da SBGC-RJ, tenho proposto uma analogia que acredito pode ser útil a quem está começando a se aventurar nos caminhos da Gestão do Conhecimento Organizacional.

Tal analogia consiste em comparar a Gestão do Conhecimento Organizacional com a Medicina.

A Medicina, como sabemos, é baseada em conhecimentos científicos e é utilizada para, idealmente, manter a saúde do paciente, ou tentar curá-lo, caso já esteja doente. Há aqui forte analogia com o papel da Gestão do Conhecimento Organizacional, que deveria servir para que a empresa desenvolvesse suas capacitações de aprendizado coletivo( não de treinamento individual), permitindo-lhe estar sempre se adaptando ao ambiente de negócios em que atua.Em outras palavras, mantendo-se saudável.

Há casos em que a empresa, a exemplo do que acontece aos pacientes, já se encontra doente, tendo dificuldades de criar as necessárias capacitações que permitiriam à empresa reagir e até mesmo de se antecipar às mudanças do seu ambiente de negócios.

Da mesma forma que acontece na Medicina, a empresa (paciente) ao se descobrir doente demonstra enorme interesse de adotar ações que lhe possibilitem a cura e procura iniciar um tratamento. No caso das empresas, esse tratamento pode ser um programa de Gestão do Conhecimento Organizacional, que poderá propiciar o Aprendizado Organizacional, possibilitando sua longevidade.

Confrontado com todas as restrições alimentares, exames laboratoriais, hábitos saudáveis e necessidades de acompanhamento que o médico prescreve, o paciente pode começar a avaliar se tem realmente tanta disposição para seguir um tratamento em linha com a ciência. E pode começar a usar conhecidos argumentos do tipo: quem me garante que isto tudo vai funcionar.

São comuns os casos em que o paciente prefere alternativas simplistas, como rezas, simpatias, consultorias de mágicos e curandeiros, chás etc.. Nesse caso, tudo bem, mas se essa for sua decisão, o médico não é a pessoa mais indicada para ajudá-lo. Melhor dizer que não está se tratando com Medicina.

Os aspectos mais tangíveis do Conhecimento Organizacional, como melhores práticas, lições aprendidas, procedimentos pré-determinados, manuais etc. embora úteis e necessários não propiciam resultados mais profundos no que diz respeito ao Aprendizado Organizacional, exatamente porque não são capazes de lidar com os aspectos mais tácitos e contextuais do conhecimento dentro da organização, sendo preferível associá-los a outras ações mais imediatas, já abordadas por processos operacionais dentro da empresa. (Gestão de Pessoas, Gestão de Projetos, Gestão da Informação, Gestão da Qualidade, Educação Corporativa etc.)

A Gestão do Conhecimento Organizacional ao fazer uso de técnicas cognitivas e da ciência da administração para construir soluções específicas para cada empresa, exigindo inovações radicais na gestão daquela organização, mostra-se como um caminho difícil para os que esperam soluções prontas ou fáceis e sem alterações do status quo.

Em tais casos, melhor dizer que não se quer fazer Gestão do Conhecimento Organizacional, devido à mão de obra que dá e ao grau de incerteza envolvido, do que comprar um simples software qualquer só para dizer aos acionistas que se está fazendo Gestão do Conhecimento Organizacional.

Forte abraço

Fernando Goldman

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