quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Dinamarca derruba a idéia de que as usinas eólicas não passam de um sonho de ecologistas

Prezados


Enquanto aqui no Brasil, os grandes interesses se ufanam de "criar tecnologia em aventuras ambientais"...


Segue matéria, publicada originalmente na REVISTA EXAME, divulgada no site da ABEPRO:


26/02/2008
O "Vale do Silício" da energia limpa

Dinamarca derruba a idéia de que as usinas eólicas não passam de um sonho de ecologistas

Por Andrei Netto, de Copenhague


Ao longo da estrada estreita e sinuosa que leva à zona industrial de Copenhague, capital da Dinamarca, a paisagem muda com freqüência. No início da viagem, chama a atenção a sucessão de campos de futebol -- a região concentra os centros de treinamento de vários times da primeira divisão do país. Mais adiante, surgem no horizonte vários galpões, com um aspecto de abandono que reflete o estágio atual de atividade das metalúrgicas, das fábricas de borracha e de outros negócios do gênero instalados por ali. Eles entraram em franca decadência desde que o governo resolveu mudar sua política de incentivos fiscais nos anos 70, priorizando o surgimento de atividades não poluentes e capazes de oferecer alternativas viáveis ao "fim" da era do petróleo. O resultado dessa guinada pode ser conferido no final do caminho, quando se ultrapassa o portão que dá acesso aos campos eólicos de Lynetten e Middelgrunden. Juntos, eles formam um dos maiores complexos desse gênero no mundo. Um visitante chegou a comparar o impacto visual com o desembarque num planeta alienígena, ocupado por fileiras de robôs gigantes em forma de hastes. As dezenas de turbinas enfileiradas causam mesmo uma forte impressão. Parte delas avança mar adentro, onde barquinhos de pescadores, para seguir em frente, são obrigados a manobrar entre os pilares, que chegam a 40 metros de altura. Embora estejam longe de representar a oitava maravilha do mundo, estão se tornando uma espécie de novo cartão-postal da Dinamarca.


Ao incentivar o desenvolvimento da tecnologia que utiliza a força dos ventos para gerar energia, a Dinamarca criou a maior indústria no mundo desse gênero. Atualmente, o país reúne cerca de 180 empresas dedicadas ao negócio de energia eólica. Elas empregam mais de 20 000 pessoas e faturaram no ano passado 4,4 bilhões de dólares (veja quadro). O setor também se destaca por sua capacidade de inovação, o que lhe conferiu o apelido de "Vale do Silício" da energia limpa. Os dinamarqueses exportam mais de 90% das turbinas fabricadas e dominam 40% do mercado global do produto. "Começamos a pensar no assunto antes de qualquer outro país, fizemos um investimento tecnológico sem paralelo e reunimos um grande número de companhias pensando em desenvolvimento e conquista de mercados, com a ajuda das universidades locais", afirmou a EXAME o engenheiro Peter Hauge Madsen, consultor em energia eólica que está entre os mais respeitados da Dinamarca.

O PAIS É UM LUGAR ONDE uma empresa como a LM -- grande fabricante de turbinas -- decide investir quase 5 milhões de dólares para desenvolver um túnel de vento, semelhante aos utilizados pelas escudeiras da Fórmula 1, a fim de melhorar a performance aerodinâmica das pás de vento das turbinas eólicas. Normalmente, quando transplantados da tela do computador para a vida real, os projetos conseguem uma eficiência de 90%, em média, em relação à intenção original dos engenheiros. Com o túnel de vento, será possível fazer correções antes da execução da obra, elevando sua taxa de acerto. O Vale do Silício escandinavo foi também o pioneirismo na construção de usinas eólicas em alto-mar, no início da década de 90. A obra mais importante dos dinamarqueses, porém, tem sido demonstrar que a possibilidade de sustentar grandes cidades e complexos industriais com a energia dos ventos não é apenas um delírio de ecologistas. Atualmente, 20% da energia utilizada no país é obtida dessa forma, a maior proporção encontrada no mundo. A geração custa 5,5 centavos de euro por quilowatt-hora, quase a metade do custo conseguido por países como Espanha e Alemanha, grandes investidores nesse tipo de energia. É algo significativo, mesmo considerando os subsídios concedidos pelo governo dinamarquês às empresas da área. (Calcula-se que os gastos com esses subsídios no país superem a casa dos 200 milhões de dólares por ano.)


Algumas das maiores empresas de energia eólica dinamarquesas nasceram com uma vocação diferente e mudaram de ramo de negócios motivadas pelos incentivos do governo. A LM, por exemplo, originalmente atuava como fabricante de móveis. Até o final da dé cada de 70, a Vestas, outra grande empresa do setor, produzia máquinas agrícolas. Hoje é a maior do mundo na fabricação de turbinas eólicas, com participação de 28% no mercado global. Possui 14 500 funcionários e está presente em 60 países. No ano passado, faturou 5,2 bilhões de dólares. "Não há segredo por trás de nosso desempenho", afirmou a EXAME Peter Wenzel Kruse, vice-presidente da Vestas. "Trabalhamos duro, contamos com o apoio de políticos visionários e com o suporte de pesquisa de boas universidades."


Parte desse mutirão é organizada pelo Consórcio Dinamarquês para a Pesquisa em Energia Eólica, criado em 2002. Sua função original -- e ainda hoje a mais importante -- é garantir a integração entre as companhias e a capacidade criativa de centros de pesquisa, como a Universidade Técnica da Dinamarca e o Riso National Laboratory. No consórcio, empresas e instituições de ensino transformam a pesquisa e o desenvolvimento de produtos e materiais em uma rede de informações compartilhada entre os parceiros. "Queremos ser os 'mocinhosnull do negócio, o exemplo em termos de aproveitamento de fontes de energia limpa. Logo, é preciso que sejamos inovadores", afirmou a EXAME Asger Kej, diretor do Dansk Hydraulisk Institut (DHI), outro dos institutos de pesquisa de ponta do país.


Nunca a liderança no mercado de energia eólica trouxe tantos dividendos para o país quanto agora. As maiores companhias dinamarquesas do setor viraram objeto de desejo de grandes investidores. O fundo de private equity Doughty Hanson, por exemplo, pagou 44,6 milhões de dólares pelo controle da LM em 2001. Algo semelhante ocorreu com a fabricante de turbinas Bonus Energy, incorporada pela Siemens em 2004, ao custo de 200 milhões de dólares. Apesar da absorção pelo capital alemão e da mudança de nome da companhia, que hoje se chama Siemens Wind Power, a sede da empresa segue instalada em Copenhague.
A vanguarda no mercado de energia limpa também coloca a Dinamarca numa posição privilegiada num momento em que a União Européia acaba de baixar um severo plano de diminuição da emissão de gases poluentes na atmosfera. Segundo documento divulgado no mês passado, o objetivo é elevar em 20% o uso de energia de fontes renováveis até 2020. Cada um dos 27 países-membros recebeu uma espécie de lição de casa, sendo obrigado a contribuir com uma cota para chegar à média desejada. A Dinamarca precisa aumentar para 30% a participação de fontes renováveis em sua matriz energética. A notícia foi recebida com tranqüilidade no país. Segundo as previsões, essa meta deve ser atingida cinco anos antes, comprovando a fama de eficiência do "Vale do Silício" escandinavo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Podemos ainda aprender com Polanyi ?

Prezados

Visitando o site do The Electronic Journal of Knowledge Management, encontrei um interessante artigo de Kenneth A. Grant, da Ryerson University, Toronto, Canadá, intitulado "Tacit Knowledge Revisited - We Can Still Learn from Polanyi". Nele o autor argumenta ser a GC um campo ainda relativamente novo, com a maioria dos livros e artigos técnicos relacionados ao tema, tendo sido publicados nos últimos 20 anos. Pode-se dizer que o interesse generalizado em GC, tanto como assunto acadêmico, quanto como uma questão do mundo dos negócios, data de meados da década de 1990.
Os autores pioneiros, como Stewart, Wiig e Sveiby, publicaram seus primeiros trabalhos por volta de 1990.
Grant cita um trabalho de Serenko e Bontis, de 2004, "Meta-Review of Knowledge Management and Intellectual Capital Literature: Citation Impact and Research Productivity Rankings", no qual aqueles autores constataram que menos de 100 trabalhos foram escritos sobre o tema GC até 1995. Seguiu-se então um rápido crescimento em atividade. Ainda segundo o citado artigo de Serenko e Bontis, em torno de 5.000 documentos foram publicados sobre GC e Capital Intelectual de 1995 a 2002.
O que Grant chama atenção é o fato surpreendente de que entre as fontes mais citadas como referências bibliográficas, apareçam trabalhos escritos por um autor que publicara cerca de 50 anos antes, Michael Polanyi, um químico que se tornou filósofo e viveu de 1891 a 1976.
Os trabalhos referenciados são dois livros, "Personal Knowledge: Towards a Post-Critical Philosophy" (1958), que traz importantes contribuições à epistemologia, como seus conceitos de “dimensão tácita” e “inversão moral”, e "The Tacit Dimension" (1966).
Grant lembra que o segundo é um volume de poucas páginas contendo ensaios construidos sobre um aspecto do conhecimento identificado no primeiro, o "conhecimento tácito". Esses dois livros por sua vez expandem as idéias apresentadas incialmente por Polanyi na Universidade de Aberdeen, entre 1951 e 1952, sobre os conhecimentos tácito e explícito.
Grant examinou cerca de 60 documentos de três grandes periódicos de GC, demonstrando que a obra de Polanyi tem sido frequentemente mal interpretada por alguns autores. Ele sugere ainda que, em alguns casos, os citados autores podem nem mesmo ter lido os referidos trabalhos de Polanyi. Além disso, esta situação conduziu a uma interpretação errônea do trabalho de Polanyi, afetando questões mais amplas na GC.
Grant destaca que o trabalho de Polanyi ainda hoje é relevante e um exame mais aprofundado de sua teoria estabelecendo que todo conhecimento tem elementos pessoais e tácitos, levando à compreensão de que o conhecimento nem sempre pode ser totalmente explicitado, pode ser usado para apoiar ou refutar uma ampla variedade de abordagens largamente difundidas em GC. Em particular, tal reexame do trabalho de Polanyi questionaria muitas das idéias da segunda geração da GC, de insistir nos esforços para tornar todo conhecimento explicitado através da utilização de sistemas de informação, sem considerar as questões sociais mais latentes. Possivelmente, seriam refutados também aqueles que utilizam as dificuldades relativas à questão do conhecimento tácito para descartar a GC, considerando-a um equivoco conceitual. Grant finaliza argumentando que essa importante compreensão ofereceria suporte aos mais recentes trabalhos de GC.

Forte abraço

Fernando Goldman

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

III CORP RH - Congresso e Exposição Corporativa de Recursos Humanos

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O pólo-RJ da SBGC estará apoiando este evento, que objetivará compartilhar a prática diária na Gestão com Pessoas, através da vivência de destacados executivos e gestores, sobre temas importantes para o universo corporativo.
O evento terá o formato de exposições e painéis interativos, que visam aprimorar e qualificar empresários, executivos, consultores, acadêmicos e todos os profissionais interessados na Gestão com Pessoas e Desenvolvimento Humano Organizacional.
Para conhecer a programação, palestrantes e outros detalhes, acesse:
Forte abraço
Fernando Goldman

sábado, 16 de fevereiro de 2008

"ALTERNATIVAS ENERGÉTICAS - Potencial eólico do Brasil não é aproveitado para produção de energia"



Prezados

Segue comentário meu ao excelente artigo "ALTERNATIVAS ENERGÉTICAS - Potencial eólico do Brasil não é aproveitado para produção de energia", da Revista Carta Maior de 02/07/2007 , disponível em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=14433&editoria_id=7




Meu comentário em 09/12/2007:

"Hoje, a energia eólica precisa ser encarada como um benefício a toda coletividade e, como tal, ser incentivada e subsidiada na condição de inovação tecnológica em desenvolvimento que é, até se tornar verdadeiramente competitiva. Isto é o que muitos países com potencial eólico inferior ao nosso vêm fazendo. Enquanto muito se discute, de uma forma genérica e vazia, a necessidade de investimento em inovações em nosso país e as dificuldades que temos em obtê-las, a geração eólica vem sendo alvo de pesquisas e consequentes inovações em países de menor potencial eólico, que no futuro irão nos vender a tecnologia alcançada."

Forte abraço

Fernando Goldman

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Turma 1 da Gestão de Marketing Digital


Prezados
Ontem foi a última aula da Disciplina Gestão do Conhecimento da Turma 1 da Pós em Gestão de Marketing Digital da FACHA/Holos.
A Caricatura acima me foi presenteada por um aluno, o brilhante designer Bernardo Portella de Oliveira, com a promessa de que em breve ela valerá muito. Se entendi bem, deve ser pela fama que ele espera alcançar. Pois quanto a qualidade do trabalho, acredito e espero que fique devendo muito ao original.
É uma pena que essas aulas durem tão pouco tempo, já estava me acostumando com a turma, que diga-se de passagem é composta por uma diversidade muito interessante.
Forte abraço
Fernando Goldman

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Teoria da Complexidade


Teoria da Complexidade

Objetivos :

1 – Apresentar de forma sucinta a Teoria da Complexidade, entendida hoje por muitos pesquisadores da Gestão do Conhecimento como uma nova base conceitual, capaz de readequar a Gestão Empresarial ao ambiente organizacional contemporâneo e
2 – Apresentar os chamados “sistemas complexos adaptativos” e os conceitos de emergência e auto-organização.
Se você tiver interesse nessa apresentação de 22 slides,
Forte abraço
Fernando Goldman