sábado, 8 de dezembro de 2007

O Paradoxo da Inovação

Segue postagem no fórum da SBGC, em 08/12/2007, disponível em :

http://www.portalsbgc.org.br/sbgc/foruns/tm.asp?m=4841&forumid=&mpage=1&key=&#4851


Obrigado Cláudio por seus comentários elogiosos ao artigo.

Como você propõe, vamos tentar nos aprofundar, ver se mais gente tem contribuições a dar e se não conseguirmos obter as necessárias inovações no Brasil, pelo menos que entendamos melhor o porquê de não conseguí-las.

Em artigo de 16/10/2007, publicado no DCI, o Professor Dr. Michael P. Ryan, diretor do Centro de Economia Criativa e Inovadora da Faculdade de Direito da George Washington University, afirma que apesar das significativas mudanças institucionais, como, por exemplo, a Lei de Inovações de 2004, as inovações tecnológicas no Brasil ainda se vêm restringidas por práticas, normas, regulações e processos públicos e administrativos pouco propensos à inovação.

Repare que essa opinião converge com o artigo " Por que o Brasil é ruim de inovação", do Clemente Nóbrega, encaminhado por você a esse fórum.

Além disso, considera aquele Professor americano limitados os recursos por parte da iniciativa privada e que o país está também carente de relações internacionais de colaboração e investimentos estrangeiros, fatores vitais que tanto estimularam a inovação em países como China e Índia.

Ora, o problema de como lidar com a inovação não é uma exclusividade brasileira, basta ver o que Stephen Denning, ex-diretor de Gestão do Conhecimento do Banco Mundial , em seu Livro “O poder das narrativas nas organizações’, chama de “ O Paradoxo da Inovação”.

Porém é preciso perceber que no Brasil, foco de nosso interesse nesse fórum, o paradoxo da inovação se acentua, graças a uma cultura de falta de aprendizado organizacional em nossas organizações. Em especial, as instituições públicas .

Parece um pleonasmo ou mesmo uma tautologia falar em Aprendizado Organizacional de nossas organizações, mas não é. Não pode, nem deve ser desconsiderada a importância de se diferenciar o aprendizado individual do organizacional, sob pena de continuarmos vendo o pessoal de RH fazendo planos mirabolantes de Educação Corporativa, Educação à Distância, Treinamentos, Desenvolvimentos e etc. acreditando, de boa fé, estarem promovendo automaticamente o Aprendizado Organizacional e a Gestão do Conhecimento.

Há gente apostando em Universidades Corporativas como solução única para corrigir as deficiências de aprendizagem de suas organizações e propiciar a Gestão do Conhecimento. Há gente acreditando que fazer uma espécie de "Páginas Amarelas" de especialistas é suficiente. Assim como há gente que acredita honestamente estar propiciando a inovação ao organizar cursos sobre registro de patentes.

Segundo Denning:

Se a inovação é um paradoxo, então – como ocorre em qualquer paradoxo - a
solução deve estar na reavaliação dos pressupostos fundamentais da mentalidade
que está sendo aplicada.


Implica dizer que para mudar as práticas, normas, regulações e processos públicos e administrativos de nossas organizações precisamos antes de mecanismos que possibilitem essas mudanças e esses mecanismos passam necessariamente pela correta, sistematizada e sustentada Gestão do Conhecimento Organizacional.

Parafraseando Rui Barbosa:

O mais são desvarios da inveja do orgulho ou da loucura.

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